A casa tem espaços desertos,
tem noite escondida e um vento
que surge de lugar nenhum.
A casa dói pelas paredes e se encolhe nos cantos,
apodrece as flores nos vasos e tranca as portas por dentro.
A casa engole o ar,
respira para dentro e vai se apequenando
como um novelo de suspiros cada vez mais curtos.
A casa quase se asfixia,
em sua insuficiência azul entrecortada
e se esparrama pelas escadas em busca de terra,
em busca de chão frio junto aos ladrilhos.
A casa não dorme,
estala madeiras e espreita ressentida
pelas frestas quem não passa pela calçada.
A casa desmorona secretamente,
esconde os brinquedos quebrados no sótão
e cospe baratas dos ralos. Aqui não mora mais ninguém.
Escrito por Ticcia às 07:18 de 11.09.2006
tem noite escondida e um vento
que surge de lugar nenhum.
A casa dói pelas paredes e se encolhe nos cantos,
apodrece as flores nos vasos e tranca as portas por dentro.
A casa engole o ar,
respira para dentro e vai se apequenando
como um novelo de suspiros cada vez mais curtos.
A casa quase se asfixia,
em sua insuficiência azul entrecortada
e se esparrama pelas escadas em busca de terra,
em busca de chão frio junto aos ladrilhos.
A casa não dorme,
estala madeiras e espreita ressentida
pelas frestas quem não passa pela calçada.
A casa desmorona secretamente,
esconde os brinquedos quebrados no sótão
e cospe baratas dos ralos. Aqui não mora mais ninguém.
Escrito por Ticcia às 07:18 de 11.09.2006
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