sexta-feira, 18 de setembro de 2009


A dor dói num espasmo
que se repete cada vez mais forte
e eu te acaricio de longe
como as sombras se espalham maiores,
conforme a tarde avança.
Te estendo minhas palavras,
meus versos,
te canto para no pó que hei de ser ainda ressoar
um tanto aos teus ouvidos cada dia mais surdos,
à tua pele cada vez mais ausente,
aos teus olhos cada instante menos meus.
Minha teia é frágil e não pretende captura.
Quero só que ela siga enroscada aos teus cabelos,
aderida às tuas roupas,
colada aos teus sapatos.
Sou um arremedo do que fomos
a desejar secretamente que minha mão sobre meu peito seja a tua,
que se abram teus olhos com meu sonho.

Escrito por Ticcia às 05:19 de 11.10.2004

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