sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Doce e bela Constituição

















Esquartejaram minha doce constituição
As hienas do poder têm fome
e na colina do planalto
fez-se o milagre da multiplicação

dos dólares
dos euros
dos cargos
da corrupção
e dos estragos
da nossa Nação.

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sábado, 24 de outubro de 2009
A cara do Pai

Nem sempre consigo textos líricos e otimistas ( ... ) " ...
as leis não bastam. Os lírios não nascem da lei.
Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra".
Desabafava solitário, Drummond. Não esperem palavras
disciplinadas de gravata borboleta e terno tropical.
Arrumo-as sem metáforas, parábolas ou pretensiosas elipses.
A putrefação esconde-se atrás da famiglia que apossou-se do País.
Mortos sem sepultura, sem a nobreza dos personagens de Sartre.
Vivemos o Brasil virtual. Matrix tropical.
Assim é, se lhes parece,ironizava o bardo.
Estilos rococós ocultam a falta de coragem para denunciar que o rei está nu.
Folhas em branco empalidecem ante mãos trémulas e medrosas.
O temor infiltra-se nos tapetes, mentes e teclados.
Viver,não significa necessariamente ir até a esquina
comprar o jornal de ontem, igual ao de hoje e o de amanhã.
Nada de novo no front.
O "pobre operário" incendeia o imaginário do mundo desenvolvido,
sempre deslumbrado com o exotismo dos glúteos siliconados,
as bananas de Carmem Miranda e a precária e precoce sensualidade das
adolescentes da orla de Fortaleza...
Os telejornais reportam um país habitado por Pollyanas.
O Brasil foi seccionado pelas veias abertas
de uma "esquerda" oportunista.
Farinha pouca, meu pirão primeiro, e digam ao povo, que fico,
que me reelejo ad infinitun, e mais tarde, muitíssimo mais tarde,
passo meu posto para o meu filhote. Bom garoto. A cara do pai.

Postado por Carlos Vereza às 01:13
Fonte aqui

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