terça-feira, 26 de outubro de 2010
No labirinto da latinidade
Nós aprendemos a pensar com os jesuítas.
Somos todos um pouco vitimas deles,
que tiveram um monopólio da
educação no mundo latino que,
na sua ponta ibérica,
durou alguns séculos a mais que no resto.
No momento em que foi inventado,
o sistema de educação jesuíta não partia de perguntas
nem visava a aquisição de saber.
Era um sistema defensivo que foi criado para sustentar
a qualquer custo uma “verdade revelada”
que era o fundamento ultimo de todo um sistema de poder
e de uma forma de organização da sociedade
que estava ameaçada pelo nascimento da ciência moderna.
Uma técnica de argumentação que fugia,
literalmente como o diabo foge da cruz,
da verificação empírica e da obrigação de confirmar as teorias com fatos,
a novidade mais subversiva
do pensamento moderno nascente que se contrapunha à “revelação”.
Nunca mais nos livramos desse vício de origem.
Esses “soldados de Cristo”, foram a primeira organização
ideológica radical a se estruturar segundo o modelo militar
de hierarquia rígida e obrigação de obediência cega
dentro dela e a criar um padrão sofisticado de proselitismo
e de controle do pensamento alheio que
inspirou todas as que vieram depois,
inclusive as que naufragaram na Europa no final do século 20 cujos
restos ainda sobrevivem no Brasil de hoje.
Matéria aqui
13/10/2010
Fernão Lara Mesquita
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