sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

















Agnus Sei


Faces sob o sol, os olhos na cruz
Os heróis do bem prosseguem na brisa da manhã
Vão levar ao reino dos minaretes a paz na ponta dos arietes
A conversão para os infiéis

Para trás ficou a marca da cruz
Na fumaça negra vinda na brisa da manhã
Ah, como é difícil tornar-se herói
Só quem tentou sabe como dói vencer Satã só com orações
Ê andá pa Catarandá que Deus tudo vê
Ê andá pa Catarandá que Deus tudo vê
Ê anda, ê ora, ê manda, ê mata, responderei não!

Dominus dominium juros além
Todos esses anos agnus sei que sou também
Mas ovelha negra me desgarrei, o meu pastor não sabe que eu sei
Da arma oculta na sua mão

Meu profano amor eu prefiro assim
À nudez sem véus diante da Santa-Inquisição
Ah, o tribunal não recordará dos fugitivos de Shangri-Lá
O tempo vence toda a ilusão

Elis Regina
Composição: João Bosco/Aldir Blanc

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Feliz Aniversário

Espiadinha

Fênix


Lindinha



sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Pigment-free
















Não sabia que te queria
Mas quando sorrias
Via as estrelas se deitando comigo.

Não sabia que te gostava
Mas quando passavas,
Partiam contigo
Minhas loucuras inconfessas,
Emaranhadas nos teus cabelos.

Não sabia que não te esquecia
Mas quando te recordava
Refazia cada um dos passos
rumo a mim mesma.

Não sabia que te desejava
Mas quando falavas
Tua voz lavava o pó
Do meu caminho.

Não sabia que sofria
Mas quando não te via,
Me distraía
Queimando um a um,
Todos os meus brinquedos.

Não sabia que te amava
Mas enquanto desesperada te buscava,
Me perdia entre os dedos
Da mão que segura o tempo
Que passou por nós.



Escrito por Ticcia às 06:11 de 18.03.2003

domingo, 17 de janeiro de 2010

Xρυσαλλίς

















Eu me adivinho entre corais e sustos
e perco um anel entre as sedas do luto.
Eu antecipo o que seria a tua chegada,
no eco dos teus passos
cada vez mais distantes pelo corredor.
Não há morte nas gemas escuras
e ainda ardentes dos meus olhos,
nem horror.
Há peixes cor-de-rosa e um amargo torpor
de memória sempre de partida.
Eu prevejo um céu que se estende para além dos meus dias
e um sol que emprenha a lua,
disposta a soltar os cabelos
para servir de cortina na minha janela.
Eu respiro flores que voam
ao redor das grandes nuvens negras sobre teus olhos.
Meu útero se enche de pérolas e pétalas
mas cheira a ausência
e sinto uma dor de metal que se funde
em cárcere novo a cada manhã.
Sei que não virás,
mas encerrada em uma pequena caixa de musgo e plumas,
deito o que pude reter do simulacro da tua presença.

Escrito por Ticcia às 11:39 de 21.04.2003



terça-feira, 12 de janeiro de 2010

sábado, 9 de janeiro de 2010

Mar de Estrelas


Do amor
XXXV

Hilda Hilst

Soergo meu passado e meu futuro
E digo à boca do Tempo que os devore.
E degustando o êxito do Agora
A cada instante me vejo renascendo

E no teu rosto. Túlio, faz-se um Tempo

Imperecível, justo
Igual à hora primeira, nova, hora-menina
Quando se morde o fruto. Faz-se o Presente.
Translúcida me vejo na tua vida
Sem olhar para trás nem para frente:
Indescritível, recortada, fixa.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010