domingo, 30 de agosto de 2009

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sonhos


E então há um lugar para onde vão
os sonhos que a gente desacredita,
onde moram os anéis que perdemos,
os brincos descasados,
o pé de meia preferido,
o batom engolido pela bolsa.
Há um lugar,
um sumidouro,
para onde são tragados os sorrisos que não voltam,
o cheiro do cabelo,
um colarinho manchado,
o perfume na manga do vestido,
teu nome no bilhete,
um gosto de vinho grudado na língua.
Ficam lá,
suspensos numa órbita improvável e inacessível,
ao som de três ou quatro frases
para sempre repetidas que a gente procura esquecer.
E um dia esquece.



Escrito por Ticcia às 08:48 de 18.02.2008

domingo, 16 de agosto de 2009

Adrilim




O tempo, esse animal antigo e arredio,
de garras e asas,
que ora nos imobiliza,
ora nos escapa.
O tempo das certezas que atrasa,
das alegrias que se esvai,
das tristezas que enguiça,
das saudades que derrapa.
O tempo,
esse velho decrépito que nos põe reféns dos dias,
que nos tatua os anos no rosto,
cada vez que sorri,
nasce de novo.

Escrito por Ticcia às 07:03 de 11.04.2006

quarta-feira, 12 de agosto de 2009